Marcos Wilson Sampaio
Baixa visão depende de atenção especial
Marcos Wilson Sampaio, especialista em deficiência visual no Brasil.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que existe atualmente cerca de 180 milhões de deficientes visuais em todo o mundo. Até 2020, as estimativas indicam que esses números devem dobrar e, além de ser um problema de saúde pública, a atenção oftalmológica para essa população com cegueira ou baixa visão torna-se indispensável diante da necessidade de uma boa assistência à saúde ocular. Frente a esse quadro, a abordagem médica especializada, o uso de auxílios ópticos, a participação multidisciplinar e a inclusão social dos deficientes visuais são aspectos que demandam questionamentos para todo o mundo. Para discutir isso de forma bem abrangente, o portal www.drvisao.com.br convidou o oftalmologista Marcos Wilson Sampaio, docente da Universidade de São Paulo e um dos maiores especialistas em deficiência visual no Brasil, para tecer diversas considerações sobre a atenção oftalmológica a portadores de baixa visão.
Qual é forma mais apropriada para atender pacientes portadores de baixa visão?
Marcos Wilson Sampaio: O oftalmologista é o agente catalisador do atendimento e nas ações de pacientes com baixa visão. Na verdade, eles são identificados através da avaliação oftalmológica com diagnóstico preciso e avaliação funcional da visão. Com os exames oftalmológicos, é possível a indicação, prescrição e adaptação do melhor auxílio óptico para cada paciente. Assim teremos a caracterização do quadro, a melhor refração e medida acuidade visual e dos recursos ópticos, se necessário. A partir dessa avaliação oftalmológica, os pacientes devem passar pelas etapas de habilitação ou reabilitação visual. É um processo bastante individualizado, sem dúvida.
Há especificidades para o atendimento do paciente com baixa visão?
Marcos Wilson Sampaio: Os portadores de baixa visão devem, idealmente ser avaliados com tabelas específicas, as quais permitem uma avaliação oftalmológica para acuidades visuais mais baixas. Na verdade, a atenção médica a estes pacientes é responsabilidade do oftalmologista e por isso a Sociedade Brasileira de Visão Subnormal, filiada ao Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) busca disseminar as técnicas de avaliação, prescrição e adaptação de auxílios ópticos. Ainda queremos colaborar com a complementação da formação de pessoal medico e não medico, tanto que existe a recomendação que em todas as residências oftalmológicas credenciadas pelo CBO exista um serviço de visão subnormal.
Que orientações são importantes para a prescrição de auxílios ópticos para portadores de baixa visão?
Marcos Wilson Sampaio: A indicação é baseada a partir das características da doença, da melhor acuidade visual obtida através da refração e indicados para a execução de tarefas. Para perto temos óculos especiais, lupas manuais e lupas de apoio, por exemplo. Para longe, temos as telelupas, que podem ser mono ou binoculares. São alguns DOS auxílios receitados e baseados no melhor grau e nas características da doença de cada paciente. Além desses, existem os auxílios não-ópticos como uso de apoios, iluminação adequada, auxílios de magnificação eletrônica e de informática que devem ser igualmente prescritos e orientados quanto ao seu uso.
De que forma outros profissionais podem atuar junto do atendimento oftalmológico?
Marcos Wilson Sampaio: Muitas vezes o atendimento é multidisciplinar. A primeira etapa é o diagnóstico feito pelo oftalmologista, que é o agente centralizador e faz a refração, prescrição e adaptação do auxílio óptico. No treinamento, é possível contar com auxiliares de oftalmologia, pedagogos e ortoptistas, por exemplo, e com deficiências visuais mais profundas com terapeutas ocupacionais, professores de orientação e mobilidade etc. Outros profissionais como psicólogos e mesmo de outras áreas como fonoaudiólogos, quando necessário, constituem a equipe. São atendimentos que visam proporcionar ações que levam potencializar a visão do paciente e melhorar a sua qualidade de vida.
E quanto ao papel da educação para portadores de baixa visão?
Marcos Wilson Sampaio: A maior parte das pessoas portadoras de deficiências visuais, através de orientação adequada, uso de auxílios ópticos e não-ópticos ou óculos especiais, podem e devem acompanhar as escolas normais dentro da política conhecida como educação inclusiva.
A participação familiar também é relevante?
Marcos Wilson Sampaio: Esclarecimento e orientação da família são fundamentais para os portadores de baixa visão. Os familiares podem colaborar tanto no uso de auxílios ópticos como na melhor inserção educacional e social. É uma ação coadjuvante ao atendimento médico e multidisciplinar, particularmente no caso das crianças.
Que recomendação seria importante para dar aos médicos para um melhor atendimento a portadores de baixa visão?
Marcos Wilson Sampaio: Os pacientes com baixa visão, através de uma orientação e avaliação oftalmológica adequada, podem ter uma importante inserção social e isso faz diferença na sua qualidade de vida e no exercício da sua cidadania. Dessa forma, muito podemos fazer por estes pacientes.
Marcos Wilson Sampaio, especialista em deficiência visual no Brasil.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que existe atualmente cerca de 180 milhões de deficientes visuais em todo o mundo. Até 2020, as estimativas indicam que esses números devem dobrar e, além de ser um problema de saúde pública, a atenção oftalmológica para essa população com cegueira ou baixa visão torna-se indispensável diante da necessidade de uma boa assistência à saúde ocular. Frente a esse quadro, a abordagem médica especializada, o uso de auxílios ópticos, a participação multidisciplinar e a inclusão social dos deficientes visuais são aspectos que demandam questionamentos para todo o mundo. Para discutir isso de forma bem abrangente, o portal www.drvisao.com.br convidou o oftalmologista Marcos Wilson Sampaio, docente da Universidade de São Paulo e um dos maiores especialistas em deficiência visual no Brasil, para tecer diversas considerações sobre a atenção oftalmológica a portadores de baixa visão.
Qual é forma mais apropriada para atender pacientes portadores de baixa visão?
Marcos Wilson Sampaio: O oftalmologista é o agente catalisador do atendimento e nas ações de pacientes com baixa visão. Na verdade, eles são identificados através da avaliação oftalmológica com diagnóstico preciso e avaliação funcional da visão. Com os exames oftalmológicos, é possível a indicação, prescrição e adaptação do melhor auxílio óptico para cada paciente. Assim teremos a caracterização do quadro, a melhor refração e medida acuidade visual e dos recursos ópticos, se necessário. A partir dessa avaliação oftalmológica, os pacientes devem passar pelas etapas de habilitação ou reabilitação visual. É um processo bastante individualizado, sem dúvida.
Há especificidades para o atendimento do paciente com baixa visão?
Marcos Wilson Sampaio: Os portadores de baixa visão devem, idealmente ser avaliados com tabelas específicas, as quais permitem uma avaliação oftalmológica para acuidades visuais mais baixas. Na verdade, a atenção médica a estes pacientes é responsabilidade do oftalmologista e por isso a Sociedade Brasileira de Visão Subnormal, filiada ao Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) busca disseminar as técnicas de avaliação, prescrição e adaptação de auxílios ópticos. Ainda queremos colaborar com a complementação da formação de pessoal medico e não medico, tanto que existe a recomendação que em todas as residências oftalmológicas credenciadas pelo CBO exista um serviço de visão subnormal.
Que orientações são importantes para a prescrição de auxílios ópticos para portadores de baixa visão?
Marcos Wilson Sampaio: A indicação é baseada a partir das características da doença, da melhor acuidade visual obtida através da refração e indicados para a execução de tarefas. Para perto temos óculos especiais, lupas manuais e lupas de apoio, por exemplo. Para longe, temos as telelupas, que podem ser mono ou binoculares. São alguns DOS auxílios receitados e baseados no melhor grau e nas características da doença de cada paciente. Além desses, existem os auxílios não-ópticos como uso de apoios, iluminação adequada, auxílios de magnificação eletrônica e de informática que devem ser igualmente prescritos e orientados quanto ao seu uso.
De que forma outros profissionais podem atuar junto do atendimento oftalmológico?
Marcos Wilson Sampaio: Muitas vezes o atendimento é multidisciplinar. A primeira etapa é o diagnóstico feito pelo oftalmologista, que é o agente centralizador e faz a refração, prescrição e adaptação do auxílio óptico. No treinamento, é possível contar com auxiliares de oftalmologia, pedagogos e ortoptistas, por exemplo, e com deficiências visuais mais profundas com terapeutas ocupacionais, professores de orientação e mobilidade etc. Outros profissionais como psicólogos e mesmo de outras áreas como fonoaudiólogos, quando necessário, constituem a equipe. São atendimentos que visam proporcionar ações que levam potencializar a visão do paciente e melhorar a sua qualidade de vida.
E quanto ao papel da educação para portadores de baixa visão?
Marcos Wilson Sampaio: A maior parte das pessoas portadoras de deficiências visuais, através de orientação adequada, uso de auxílios ópticos e não-ópticos ou óculos especiais, podem e devem acompanhar as escolas normais dentro da política conhecida como educação inclusiva.
A participação familiar também é relevante?
Marcos Wilson Sampaio: Esclarecimento e orientação da família são fundamentais para os portadores de baixa visão. Os familiares podem colaborar tanto no uso de auxílios ópticos como na melhor inserção educacional e social. É uma ação coadjuvante ao atendimento médico e multidisciplinar, particularmente no caso das crianças.
Que recomendação seria importante para dar aos médicos para um melhor atendimento a portadores de baixa visão?
Marcos Wilson Sampaio: Os pacientes com baixa visão, através de uma orientação e avaliação oftalmológica adequada, podem ter uma importante inserção social e isso faz diferença na sua qualidade de vida e no exercício da sua cidadania. Dessa forma, muito podemos fazer por estes pacientes.